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sábado, 24 de julho de 2010

O Poderoso Interruptor do Implacável Trichet versus A Carteira dos Tugas

É mais ou menos clarinho como a água do rio Trancão, que 1/3 dos rendimentos dos Tugas vai directo para o pagamento da prestação da hipoteca. Agora que o 'stress test' veio passar um atestado de saúde aos donos dos nossos apartamentos, esperemos que a economia recupere.
Mas isso devagarinho, sem euforias, ok?..     Porquê?  Porqueeeê????

Fácil: assim que o consumo começe a aumentar, dizem por aí uns iluminados que os preços também terão igualmente a mesma natural tendência de subida. Preços a subir, inflação a crescer - não é preciso um doutoramento de Economia  na 'Moderna' ou na 'Católica', para perceber isto.
Uma qq licenciatura tirada ao fim-de-semana na 'Internacional', á pála do 'Valente Cunha', como a do nosso Engº Sócrates, serve. 

O que talvez alguns ainda não se tenham apercebido é que existe um senhor, que responde pelo nome de Trichet, que não fazendo parte do nosso agregado familiar, é o responsável por nos fazer 'evaporar' boa parte do nosso rendimento disponível. O tal do Trichet fdp, tem na mão um interruptor poderoso.

Todos os meses o homem recebe uma lista (tipo cabaz do Modelo) com os preços do pão, do chouriço, do queijo de cabra, das bifanas, do gasóleo, dos bilhetes para o cimena 3D, dos pastéis de tentugal, da bica, dos guardanapos e do papel higiénico.

Se o nosso Belmiro ou o Jerónimo (ou os seus equivalentes Franceses e Alemães) em vez de umas promoções ou descontos (espremidos tipo sumo de limão á custa dos fornecedores) resolverem aumentar os preços, tá tudo prejudicado...        (Como diria o velhinho Herodes: ou te evacuas ou te prejudicas).

O perigoso do Trichet, dá um salto na cadeira de cabedal, esfrega a testa com as velhas mãos enrugadas e gastas de tanto contar € e pensa: deixa cá rodar o interruptor da Taxa de juro de referência mais 0.25% ou 0.50%. «Tem que serr! Se estes gajos estão a aumentarr os prrreços isso querr dizerr que a malta anda outrra vez de carrteira cheia a consumirr á parrva, logo tenho que meterr a mão nisto, a ver se isto se endirreita».

Mais Desemprego porque os custos financeiros para as empresas e as familias aumentam? Eeeee???
«Aguentem e não gritem, a mim só me interessa a inflação, e 'mainada'»

Capice?
Ao invés de nos estimular o homem passou 2/3/4 anos a fazer-nos garrotes, a estragular-nos até ao tutano do osso.
Se não se consumir, como se escoa o que se produz? Se não se produz pra que raio queremos fábricas e lojas? Se a malta não tiver emprego, vai arranjar dinheiro pra consumir onde? Ao IEFP?

Quando olhou pró monitor do lado e viu que a coisa estava quase a bater no fundo, aí e só aí, nessa altura -demasiado tarde, é que rodou o interruptor para o lado esquerdo.
(Haverá nesta altura, para aí umas 2 pessoas, vá lá 3, que estarão a pensar: este gajo escreve assim e até parece que não é deste mundo. Então e a crise do imobiliário, e os especuladores e o C.?)

Desculpem lá mas em média uma renda passar em 3 anos de 400€ para 700€ foi culpa de quem???
Quem é que passou o tempo a esfregar-se no interruptor? Não me prejudiquem!!!

Se o TrichetFdp não tivesse passado o tempo a aumentar o preço do dinheiro, não tinhamos sentido nem um terço da crise internacional... Nem os politicos, nem os cidadãos europeus foram capaz de o pôr na ordem. E como cereja no topo do bolo, o 'homem', vem buscar a Portugal o primo aselha e  miope, que por estar distraído a fazer contas aos prémios e á pensão vitalicia, na hora do fazer o seu trabalho, nos obrigou a comprar um banco.
Se eu quisesse ser dono de um banco: abria uma conta no Montepio

E nós todos vimos isto, e rimo-nos! lololol

Riam-se, riam-se, que ele até já tem uma cãibra no dedo médio e um formigueiro na ponta dos dedos de estar á tanto tempo sem mexer no botão.
Diz quem sabe, que o homem á noite até tem suores frios, por querer e não poder.

Não tarda nada, e a avaliar pela Euribor, a partir deste mês as carteiras dos Tugas já voltarão a ficar mais vazias... E o Trichet ainda só está a acariciar o botão, imaginem quando ele o começar a rodar...
  

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Portugal dos pequeninos - A mãozinha do longo e teso braço do estado solidário Ep1

O tema é: tabu para muitos, incómodo para alguns e dorido para os restantes.
Eu faço parte dos restantes, claro.

Mas dorido porquê? Porquê? Bem, se não sabe, então faz parte decerto de um dos 2 primeiros grupos.
1. É politico, ou já foi e acha que: bem o melhor é não falar nisso, afinal vivemos num apelidado 'estado social', pelo que o sistema tem que estar equilibrado (uns contribuem e outros agradecem, ou TeamWork - uns team e os outros work);
2. Vive envergonhadamente ou não, do longo e teso braço social do estado, mesmo sem que a isso seja formalmente ou socialmente sujeito OU faz parte desse eficente, eficaz e extenso grupo de funcionários públicos que constituem a base da criação de riqueza deste País.     
  
Sou o que se chama um bafejado pela sorte. Tenho emprego, logo estou fora dos 11% oficiais das estatísticas. Calma, para os que estão a começar a soprar, já lá vamos ao tema «Desemprego Voluntário ou coercivo». Considero o meu rendimento, razoável para o nível de vida da economia Portuguesa.

Ora vamos lá tirar umas conclusões. A empresa em que eu trabalho, faz questão de pagar todos os impostos, talvez porque, tratando-se de uma multinacional, a furtar-se a algum, teria o braço social imediatamente a inspecionar e multar alarvemente a bem do equilibrio do sistema...
Logo, salários, prémios de produtividade, horas extraordinárias ou qq outros rendimentos, são inapelávelmente taxados: 11% para a SS e IRS á taxa em vigor no meu caso 23%.

Do que eu produzo, 34% - Sensivelmente um terço, é imediatamente arrecadado pela «mãozinha do longo e teso braço do estado solidário». A referida mão, deveria ser suave mas de toque firme, já que a mesma é usada em movimentos cíclicos regulares (mensais) para me aliviar. Ao invés é brutal e totalmente asquerosa, pelo que esta forçada masturbante violação mensal, deixa-me naturalmente dorido.

Ah, dirão os defensores desse tipo de sensações mais violentas: mas ainda ficas com 66% só para ti, Guloso! Pois é, sou um bafejado pela sorte.  

30% dos 66% disponíveis, e agradeço que atentem na palavra 'disponíveis', vão direitinhos para a CGD que de forma muito amável e compreensiva me permite viver com a família num apartamento de 100mt2, desde que vá pagando a respectiva prestação da hipoteca.

Pequena divagação
Como acontece com a minha entidade patronal. a CGD também não é exemplo na fuga aos impostos, até porque um dos últimos directores empreendedores que por lá passou (ia dizer subiu de 'caixa' a director, mas o termo correcto é trepou ajudado pelo «longo e teso braço do estado solidário») foi para a banca privada onde aí sim, pode usar e abusar dos vastos conhecimentos do referido braço para se orientar sem fazer uma sucata por aí além. Pelo caminho até fez uns ganchos de guia-turistico, indicando a quem mais precisasse e pudesse pagar, onde se encontram em lisboa as maiores empresas, ou as mais eléctricas. Trata-se do conhecido caso de alguém que 'viu a Luz'.

Divagações á parte, a CGD também entrega os impostos que retêm dos meus pagamentos e juros ao Estado, claro.

Onde é que íamos?  36% disponíveis.
Como? Ainda só dei para 2 causas e já me limpáram 2 terços do que produzi?
A partir daqui, como vai ser só gastar em serviços e produtos, 21% ou seja 7,56% mais pêlo, menos pêlo, são recolhidos pela «mãozinha do longo e teso braço do estado solidário».

Tenho 3 filhos. 1 deles entrou prá faculdade este ano. Entre propinas, fotocópias (livros? quais livros, imprime a sebentas e já gozas) alimentação na escola e transportes, o investimento a 'fundo-perdido' sem garantias de futuro, cifra-se em 6% do meu rendimento.
Já que estou a falar nisto, aproveito para acrescentar 6% também para mim. Sim, depois de alguns anos, percebi que aquilo que o meu pai poupou quando decidimos que eu ficaria pelo secundário, cabia-me agora a mim investir numa licenciatura. As despesas de Educação superior deduzem portanto 12%.

A mais pequena está num infantário privado. Como a minha 'repartição' começa a operar ás 7AM, e isso das 8h de produção diária é para quem pode e não para quem quer, aproveitamos um dois-em-um e decidimos: os anos iniciais são muito importantes para o desenvolvimento, blábláblá pelo que mais uma pequena contribuição de 6% é bem gasto. 

Sonae, Galp, Fidelidade e um ou outro estabelecimento de restauração ou outro retalhista, devoram-me o restante. 

Impostos Directos sem espinhas: 41,56% QUARENTA E UM VIRGULA CINQUENTA E SEIS.
Uiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii dói, não dói? Aguenta e não grita!



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